let's sing:

Love love love...

Fui ao shopping ontem,na véspera. Tradicional de-coração de corações. Namoradas ansiosas procuravam o presente perfeito, namorados entravam na primeira loja que viam e pediam logo a opinião das vendedoras (amigo, não acredite nelas, sua amada vai odiar essas botas de cowboy- bico-de-matar-baratas- marrom!). Alguns casais maduros, já sem fé no inesperado, faziam compras juntos.
Quanto a mim, resolvi ser tão generosa comigo quanto sou com os homens quando os amo. Amar é tão bom, comprar também.
Queimei a minha calça jeans preferida.
(My flame burns blue)

Queimei a minha calça jeans preferida no aquecedor. Joguei ela ali por alguns segundos para quebrar o gelo antes de vestir, nessa manhã fria de Curitiba. Só o tempo de escolher uma blusa no armário e foi o suficiente.
Tanta coisa que eu não ligaria de queimar, tantas memórias, tanta gente, tantas partes obscuras de mim mesma. Por que não queimei essa preguiça de existir com a qual luto todas as manhãs?
Eu não estava deprimida por ser o primeiro dia dos namorados sozinha da minha vida adulta, nem porque vejo a profissão que escolhi ficando para trás ou porque me distanciei da minha única amiga. Não, porque olhava para ela no armário e, apesar de tudo, me cobria como uma armadura de São Jorge e eu arrumava forças para sair de casa.
Queimei a minha segunda pele.
É Clarice me rondando...
SANTO ANTONIO, ROGAI POR ELES.

O primeiro presente de dia dos namorados que ganhei foi no Jardim III. Era um cachorrinho de tecido que guardei com carinho até a minha mãe dar fim, anos depois.
Tudo aconteceu na saída do colégio. Aquele menino ficou tão nervoso para entregar, que fez xixi nas calças e teve que voltar para casa com o uniforme do judô (éramos vizinhos, para desespero dele).
Em troca, retribuí com balas de côco , dois gibis da Mônica e um sorriso quase irônico. Adorei, adorei que ele se mijou por minha causa. Entendi instantaneamente a graça da condição feminina.
SAGARANA

_Mãe, posso tirar o Blake da sacada? Está o maior vendaçal e gatos não gostam de vendaçais.
MANSÃO FOSTER PARA AMIGOS IMAGINÁRIOS MORTOS

Ontem, enquanto caminhávamos por Paris, Clarice me contou sobre seu amor platônico por Santiago Dantas. Não comentei nada (porque para isso são as amigas) mas admito, aqui, que também a mim ele fascina.
Fiquei com inveja mesmo, um tanto frustrada (também para isso são as amigas) ao saber que ele uma vez lhe enviou mais rosas vermelhas do que ela poderia carregar. Passo a amar ainda mais aqueles dois adoráveis.
NO MORE FAITH

BUSY LIKE MONDAY MORNING