Queimei a minha calça jeans preferida.
(My flame burns blue)

Queimei a minha calça jeans preferida no aquecedor. Joguei ela ali por alguns segundos para quebrar o gelo antes de vestir, nessa manhã fria de Curitiba. Só o tempo de escolher uma blusa no armário e foi o suficiente.
Tanta coisa que eu não ligaria de queimar, tantas memórias, tanta gente, tantas partes obscuras de mim mesma. Por que não queimei essa preguiça de existir com a qual luto todas as manhãs?
Eu não estava deprimida por ser o primeiro dia dos namorados sozinha da minha vida adulta, nem porque vejo a profissão que escolhi ficando para trás ou porque me distanciei da minha única amiga. Não, porque olhava para ela no armário e, apesar de tudo, me cobria como uma armadura de São Jorge e eu arrumava forças para sair de casa.
Queimei a minha segunda pele.
É Clarice me rondando...

2 comentários:

Anônimo disse...

os desatres de sofia

luaralux disse...

É preciso que a antiga pele morra para que a nova possa nascer. Quando o crescimento acontece, é necessária a troca de pele, uma vez que ela não se adapta ao redimensionamento vindo de uma transformação.
aproveite. amar é bom... e comprar também.